sábado, 31 de janeiro de 2009

Reviravolta

Aquelas coisas velhas
Jogadas no quintal
Trapos que não me servem mais
Tampouco servirão a outro alguém.

Sentimentos velhos
Mágoas, rancores e brigas,
Até beijos doces e molhados
Que não retornam das cinzas.

É hora de lavar a alma
Escovar o coração
Se desfazer de sentimentos ultrapassados
Expurgar pensamentos vãos.

É preciso sair pra rua
Fitar novos olhares
Encontrar novos sorrisos
Beber da água de novas bocas.


quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Ardor que dói no peito



A paixão é ardor que dói no peito
Mas quando é no nosso peito
Falta peito para enfrentar.

Se perde então o seu encanto
Nos remetendo aos prantos
Não havendo canto
Que não nos possa encontrar

Ainda sim, o mesmo peito
Ardido em chamas, canta um breve canto
A espera da paixão novamente a recostar.


O Ator sem palco



O Ator segue a representar no palco
Sem mascaras, maquiagem ou figurino.
Sem script, sem ensaio, sem reprise.
Conta com o improviso, aprende com os erros.

Sem platéia á aplaudir, apenas a vaiar.
Numa peça muitas vezes fúnebre
Representa sem ter palco ou glamour
Tem apenas a vida para representar.

Seus artifícios são lágrimas e suor
Se esmera no seu ofício
Exige o melhor de si
Mas o espetáculo nem sempre agrada a todos.



segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Contraste

Seus lábios rubros
Seus dentes brancos
Não se esvaem do meu pensamento.

Seus cabelos negros
Contrastam com sua pele morena
Que ao tocar dos meus dedos se arrepiam.

Sem piscar os meus olhos,
Encontro nos seus um olhar vivo e fulgaz
Que me fazem te desejar tanto, tanto.

Meu corpo chega a queimar em febre
Que só há um remédio... O seu corpo.


Para que te quero

Pernas para que as quero?
Para impedi-las de correr até você.

Braços para que os quero?
Para impedi-los de te abraçar quando numa
Noite vazia tiver vontade.

Palavras para que as quero?
Para silenciá-las e não poder contar-te tudo que sinto.

Pensamento para que te quero?
Para sofrer imaginando-a nos braços de um outro alguém.

Coração para que te quero?
Para guardar alguém num lugar secreto e seguro,
Alguém a quem tanto quero.


Primeira Paixão

A primeira paixão é como outono
Flores por todo lado, espalhadas pelo chão.
Vontade de carinho no colo
Cafuné, beijos no rosto.

É frio na barriga é mão suada
Voz trêmula, palavras embaraçadas.
Proteção desmedida e demasiada

É rir com a própria sombra, com filme sem graça.
É estar nas nuvens mesmo se o outro não estiver
É pensar que o dia tem 200 horas e não acaba.
É sofrer calado, é querer quem não nos quer.